Dino ironiza ameaças e sanções de Trump: ‘Acredita que o Mickey vai mudar o julgamento?’

O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF) ironizou ameaças e sanções do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em seu voto no julgamento da trama golpista. Nesta terça-feira, o magistrado votou para condenar o ex-presidente Jair Bolsonaro, o ex-ministro Braga Netto e os demais seis réus.

— Quem chega no Supremo e vai se intimidar com tuite. Será que as pessoas acreditam que o tuite de uma autoridade e governo estrangeiro vai mudar um julgamento do Supremo. Será que alguém acredita que um cartão de crédito ou o Mickey vai mudar um julgamento do Supremo — disse Dino na conclusão do seu voto.

Também nesta terça-feira, Karoline Leavitt, porta-voz da Casa Branca, disse que Trump “não tem medo de usar o poder econômico e militar para proteger a liberdade de expressão em todo o mundo”. A declaração ocorreu após uma pergunta de um jornalista brasileiro especificamente sobre o julgamento em curso contra Bolsonaro.

— Não tenho hoje nenhuma ação adicional (sanções ou elevação de tarifas) para antecipar a vocês, mas posso afirmar que essa é uma prioridade para o governo (assegurar a liberdade de expressão), e o presidente (Trump) não tem medo de usar o poder econômico e militar dos Estados Unidos da América para proteger a liberdade de expressão em todo o mundo — afirmou Karoline.

Voto de Dino

O magistrado sinalizou que vê uma participação menor na ofensiva dos ministros Augusto Heleno, Paulo Sérgio Nogueira e do deputado Alexandre Ramagem. O tamanho da pena de cada um será definido em uma fase posterior do julgamento, caso a decisão da Primeira Turma seja pela condenação.

Dino também afirmou que Bolsonaro e Braga Netto eram os líderes da trama golpista e que a Constituição veda a anistia a crimes contra a democracia. O ministro ainda rebateu o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, que afirmou que o ministro Alexandre de Moraes promove uma “tirania”.

Antes do voto de Dino, Moraes, relator do caso, se posicionou pela condenação de todos os acusados pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

Fonte: Jhon Cutrim

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