Prefeitura de Bom Jardim vira negócio de família: cunhada da prefeita recebe quase R$ 10 mil e não é vista em sala de aula

A gestão da prefeita Cristiane Varão, em Bom Jardim, tem chamado atenção por uma série de situações que levantam questionamentos sobre o uso de cargos e salários no município. Um dos casos mais comentados envolve a servidora Jaira de Brito Abreu, cunhada da prefeita e mãe do médico Robson Vinícius, que também recebe alto salário na administração municipal.

De acordo com informações consultadas no Portal da Transparência da Prefeitura de Bom Jardim, Jaira aparece como professora nível II, vinculada à Secretaria Municipal de Educação, com salário líquido de R$ 9.142,19 referente ao mês de julho de 2025. Ela é servidora efetiva desde 2005, mas, conforme registros e relatos de servidores da própria rede municipal, deixou de exercer suas funções em 2017, durante o mandato do então prefeito Dr. Francisco, período em que teria sido retirada da folha de pagamento.

A surpresa veio em janeiro de 2022, quando a prefeita Cristiane Varão, já no comando do município, reintegrou a cunhada à folha de forma discreta. Desde então, Jaira voltou a receber vencimentos mensais — o que, somando até o momento, já ultrapassaria R$ 225 mil pagos pelos cofres da Educação de Bom Jardim.

O ponto mais polêmico é que moradores e servidores afirmam não saber em qual escola a servidora estaria lotada, uma vez que não é vista atuando em nenhuma unidade da rede municipal de ensino. A ausência de informações claras sobre o local de trabalho e a função desempenhada tem gerado questionamentos sobre a transparência e a legalidade da situação.

O caso ganha ainda mais repercussão porque Jaira é mãe do médico Robson Vinícius, que, segundo informações levantadas pela reportagem, recebe cerca de R$ 40 mil mensais na Secretaria de Saúde, mesmo estando cursando residência médica no Hospital Universitário Presidente Dutra, em São Luís. Fontes ligadas à própria gestão afirmam que o médico encontra-se em estágio probatório, o que amplia o debate sobre eventuais privilégios dentro da estrutura administrativa.

Enquanto isso, a realidade enfrentada por muitos alunos da rede municipal é bem diferente. Escolas ainda funcionam em prédios precários, algumas em casas de taipa, e a população cobra explicações sobre a destinação dos recursos públicos que deveriam melhorar a infraestrutura e garantir o ensino de qualidade para as crianças de Bom Jardim.

O episódio reforça a percepção de que a prefeitura se tornou um negócio de família, onde laços de parentesco e conveniência política parecem ter mais peso do que o compromisso com a gestão pública e com a moralidade administrativa.

Fonte: blog do Luís Pablo

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