Rebeca Andrade projeta aposentadoria da ginástica: ‘no máximo, depois da Olimpíada de 2028’

Maior medalhista olímpica do Brasil, Rebeca Andrade segue desafiando limites e planejando a carreira com maturidade e consciência corporal. Em entrevista ao CBN Esportes, a atleta de 26 anos refletiu sobre o tempo que ainda quer dedicar à ginástica:

“No máximo até 2028, depois da Olimpíada de Los Angeles. Eu ia parar agora em Paris. Não dá pra ir mais longe não. O ‘pózinho de pirlimpimpim’ vai acabar em 2028”, afirmou.
A decisão pode soar precoce para o público, mas acontece em um contexto de muita entrega. Em 20 anos de carreira, Rebeca passou por oito cirurgias, sendo cinco apenas no joelho direito. Além disso, prioriza a saúde mental e conta que tem acompanhamento psicológico desde os 13 anos.

Em conversa com Carlos Eduardo Eboli, ela reforça a importância dos períodos de descanso, com foco em cuidar do corpo e da mente. A ginasta vive um período sabático, segue treinando, mas só voltará a competir em 2026. E já anunciou que não se apresentará mais no solo.

“Quando eu era mais nova, se eu não fazia uma boa competição, achava que o mundo tinha acabado. Hoje, eu consigo separar expectativa do público da minha obrigação comigo mesma (…). Foram 20 anos de carreira, suportando 14 vezes o meu peso nos movimentos. É muito impacto. Preciso entender meus limites para chegar longe”, reflete.

Mudança de foco nos aparelhos
Rebeca Andrade foi o principal destaque do Brasil na Olimpíada de Paris em 2024. A ginasta se tornou a maior medalhista olímpica do país ao conquistar um bronze, duas pratas e um ouro – superando a norte-americana Simone Biles no solo.

Apesar do destaque, a atleta surpreendeu o público ao anunciar, um ano depois, que não se apresentaria mais no aparelho.

“Eu vou estar em outros aparelhos também, não tenho só solo. Não foi uma decisão difícil pra mim, porque eu tava muito decidida no que eu queria. Eu sinto que meu corpo não quer, eu também não quero. Se a equipe precisar – precisar mesmo – e eu tiver saúde física para realizar, não vou deixar ninguém na mão; mas, por vontade minha, não quero mais fazer solo”, afirmou.

Rebeca ressalta que a decisão não é motivada apenas pelo desgaste físico, mas também por estratégia de longo prazo. “Não é só Rebeca querendo folga, é cuidado mesmo, do que meu corpo precisa e do que é melhor para equipe”, disse.

Inspirar e ser inspirada

Além do desempenho, Rebeca entende a importância de seu papel como referência para o esporte brasileiro.

“Eu fico muito orgulhosa mesmo de ter uma voz, de ser ouvida, de ser respeitada. Eu acho que o lugar que eu consegui chegar é muito gigante mesmo.O que eu consigo fazer hoje inspira outras pessoas, não só na ginástica. É muito bom saber que podemos motivar qualquer esporte com nossa história e força”, disse.

Ela também valoriza a conexão com fãs e jovens atletas: “Quando me encontram, me veem como alguém da família. É muito carinho e positividade, e isso mexe com o dia a dia da gente.”

Planejamento e foco em Los Angeles
Apesar do descanso planejado para 2025, Rebeca mantém a meta de disputar a Olimpíada de Los Angeles em 2028. Mas prefere não se prender a expectativas de longo prazo:

“Eu penso muito em Los Angeles, mas gosto sempre de pensar em um dia de cada vez. Esse ano eu vou descansar. Ano que vem, volto mais intensa nos treinos. É outra fase, outro ritmo, outro cuidado com meu corpo e minha mente.”

Fonte: CBN Esportes

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