Após a ampla repercussão de que teria assediado sexualmente a juíza Larissa Tupinambá Castro, titular da 2ª Vara da Comarca de Santa Inês, o prefeito do município, Ribamar Alves (PSB), ameaçou vir à público e contar o que seria a verdade à respeito do ocorrido, caso o assunto não seja ‘definitivamente esclarecido’.
– Espero sinceramente que a magistrada Larissa Tupinambá tenha coragem de vir a público para esclarecer este assunto, informando qual a verdadeira razão que a levou a me envolver neste lamentável episódio, que diretamente não me diz respeito, conforme oportunamente poderá ser comprovado por pessoas e documentos, para que eu próprio não seja obrigado a fazê-lo em defesa do meu nome e da minha honra – diz Alves, em um dos trechos de uma nota oficial, emitida nesta sexta-feira (20).
O prefeito de Santa Inês acusou ainda a Associação dos Magistrados do Maranhão de corporativismo, e chamou de ‘fantasiosa’ a afirmação de houve a intervenção de servidores da comarca da cidade no momento em que ele estaria tentando beijar a juíza à força, como é defendido pela AMMA e pelo esposo de Larissa Tupinambá, o secretário Municipal de Educação de São Luís, Geraldo Castro.
Antes de emitir a nota ameaçadora, Ribamar Alves teria espalhado para pessoas próximas de que o autor do beijo na juíza seria o prefeito de Tufilândia, Raimundo Alves Neto, o Dr. Neto (PPS), e que teria como comprovar a ‘cena amorosa’. Alves teria ainda explicado qual a relação dele com o caso em questão.
Em um outro trecho da nota, Ribamar Alves chega a exigir que e a juíza ‘esclareça o assunto e se desculpe publicamente, antes que vidas de outras pessoas também sejam atiradas na lata de lixo’.
Abaixo, a íntegra da nota emitida pelo Prefeito de Santa Inês:
NOTA DE ESCLARECIMENTO
Tendo em vista as notícias veiculadas no dia de ontem, em respeito à verdade e à opinião pública e em resposta à nota emitida pela Associação dos Magistrados do Maranhão, venho a público esclarecer o seguinte:
1) Lamento profundamente a conduta imprudente e equivocada da Dra. Larissa Tupinambá que, de forma irrefletida me acusa de assedio sexual, no intuito de dissimular outra situação, não levando em consideração sequer à integridade da sua família, assim como a integridade da minha, razão pela qual me sinto na obrigação de vir a público desmentir o episódio e ao mesmo tempo me desculpar por ter que tratar publicamente de assunto tão impróprio.
2) Afirmo que sempre tratei a Dra. Larissa Tupinambá com cordialidade e respeito, me pautando dentro da ética e da moralidade. Tenho consciência de que nunca, em momento algum, me insinuei muito menos em seu gabinete, como afirma a nota açodada e evidentemente corporativa da Associação dos Magistrados do Maranhão, que sequer considera que o crime de assédio sexual pressupõe uma relação de hierarquia entre os envolvidos, o que não existe neste caso.
3) Espero sinceramente que a magistrada Larissa Tupinambá tenha coragem de vir a público para esclarecer este assunto, informando qual a verdadeira razão que a levou a me envolver neste lamentável episódio, que diretamente não me diz respeito, conforme oportunamente poderá ser comprovado por pessoas e documentos, para que eu próprio não seja obrigado a fazê-lo em defesa do meu nome e da minha honra.
4) Insisto que o assédio relatado pela nobre magistrada nunca existiu. Muito menos envolvendo a fantasiosa história de intervenção de servidores, conforme mais uma vez a nota corporativa e precipitada emitida pela Associação dos Magistrados do Maranhão, eis por que exijo que a Dra. Larissa Tupinambá esclareça definitivamente o assunto e se desculpe publicamente antes que vidas de outras pessoas também sejam atiradas na lata de lixo.
5) Por inúmeros motivos lamento este triste episódio, inclusive, pelo fato de que, em algum momento, seja necessário expor a vida de outras pessoas para que a verdade seja restaurada.
6) Compreendo e desculpo a Dra. Larissa Tupinambá tão somente em razão do momento especial que ela deve estar atravessando, mas não poderei deixar de me defender de tão grave acusação, ainda que para isso tenha que recorrer a medida judicial e posteriormente ao Conselho Nacional de Justiça.
7) Por fim, mais uma vez nego veementemente a existência deste fato, bem como de qualquer outra conduta que desabonasse tanto a minha honra quanto à da magistrada. Reitero que as minhas ações sempre foram pautadas pelo respeito e obediência às leis, às autoridades constituídas e, sobretudo, às pessoas em geral.
Santa Inês (MA), 20 de dezembro de 2013.
José de Ribamar Costa Alves
Prefeito de Santa Inês – MA.
Fonte Marcos Monteiro