O transplante de órgãos é assunto milenar, citado desde da bíblia sagrada no livro de genesis2:21-22, passando pelas artes por FraAngelico até a época contemporânea,onde a arte-medicina-arte, assume substancialmente de forma pragmática sua importância.
A transplantação condiciona os pacientes a uma melhor qualidade de vida, senão de um todo, mas parcialmente para os doentes por enfermidades crônicas, tais como a insuficiência renal crônica, a insuficiência cardíaca crônica, insuficiência hepática terminal, por exemplo.
No Brasil, o primeiro transplante de órgão (córnea) é datado de 1954. Daí pra frente, o avanço foi notável, tanto no tocante as técnicas e tecnologias.
Com o aumento da expectativa de vida da população de transplantados, nota-se a importância de doar, conduzindo a sociedade a um debate dialético profundo, respaldado em questões éticas, filosóficas e religiosas.
A adoção de medidas cirúrgicas da transplantação compreende não somente a cirurgia, mas revela a importância da fisiologia,anatomia e imunologia, sendo essa última a de maior relevância, pois viabiliza ou não o transplante; propriedade peculiar de órgãos ou tecidos que é a rejeição.
A rejeição norteia-se na capacidade molecular de estruturas vitais desconhecerem total ou parcialmente o¨perfil imunológico¨ de cada indivíduo. Sendo assim, os imunossupressores entram como blindagem do órgão transplantado para impedir o efeito mais catastrófico pós-transplantes: a negação, diz-se REJEIÇÃO.
Observou-se durante décadas e décadas todos esses problemas imunológicos, cirúrgicos, fisiológicos, anatômicos, mas são suplantados por problemas de ¨rejeição social¨, onde existe uma recusa por parte de alguns ao compromisso de doar, que por sua vez são ainda complicados por falta de estrutura de alguns estados para a execução de determinados transplantes, notadamente o de fígado, coração e pâncreas.
Por fim, o transplante de órgãos sólidos não-regeneráveis, precisa ser incrementado na arte de doar amor, compaixão e respeito a vida. Assim a fila anda.
Por Dr.Mário Braga